Ideia Sound

  • sexta-feira, 27 de agosto de 2010
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Em uma noite de terça-feira do mês passado, cerca de 3 milhões de americanos bocejavam ao assistir às últimas piadas do Late Show With David Letterman quando Janelle Monáe, trajando smoking e um audacioso tufo de cabelo, subiu ao palco do programa para roubar-lhes o sono. A falta de entusiasmo de Letterman, que já se preparava para encerrar o expediente, durou pouco. Monáe fez uma pose, lançou mão do microfone como se fosse tirá-lo para dançar e embarcou em uma incendiária versão de Tightrope, o contagiante single que virou unanimidade entre críticos e ouvintes desde seu lançamento, em maio. Quem não sucumbiu ao travesseiro presenciou, em TV aberta, um raro sinal de vida inteligente no universo das grandes gravadoras (Monáe tem contrato com a Atlantic), além de uma afirmação de que o pop de alto nível pode sim cair no gosto das massas. Dona de uma afinação impecável, Monáe, de 24 anos, cantou e pairou pelo palco com a elegância de Sammy Davis Jr., oferecendo sua esfuziante mescla de funk e R&B ao movimentar-se, leve e malandra, como um menino sapeca, um Robinho a pedalar sobre a bola. Embora o apelo pop esteja presente, Monáe em nada lembra o rebolado vulgar de divas da MTV, tampouco toma parte na estética machista do hip-hop comercial. Seu show business está em outra categoria. Se esquivando da maquiagem de produção excessiva, ela o faz com rigor e disciplina, colocando o talento em primeiro plano como na escola de Michael Jackson e James Brown, a quem fez referência quando um assistente surgiu no palco para cobri-la com uma capa. (Texto - Estadão)


Post: Anderson F. (Designer Ideia Brasil)

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